A médica do Corinthianse do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Dra. Ana Carolina Cortes, se posicionou a respeito do protesto de jogadores contra o gramado sintético. Ela se baseou em um estudo da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol), desenvolvido entre 2001 e 2019.
De acordo com o estudo publicado no jornal médico de esportes Aspetar, a quantidade de lesões tanto no gramado natural quanto no sintético, não tem uma diferença notável. Por outro lado, a grama natural traz mais lesões musculares, enquanto os gramados sintéticos provocam mais lesões ligamentares, com um maior tempo de recuperação.
No gramado natural, ocorrem muito mais lesões musculares, que é o que a gente vê no nosso dia a dia mesmo, e no gramado sintético, a prevalência de lesões ligamentares, de joelhos, de tornozelo. O que me chama muita atenção é que apesar do numero de lesões ser parecido, lesões em gramados sintéticos são mais graves, que deixam o atleta afastado por um período de tempo maior do que em lesões musculares ocasionadas pela grama natural
Dra. Ana Carolina Cortes
Ainda de acordo com a pesquisa da UEFA, a manutenção adequada em gramados artificiais se faz muito necessária “Um campo negligenciado também pode ser perigoso e apresenta vários perigos para os jogadores. Isto, por sua vez, pode levar a lesões e prejudicar ainda mais a atração da instalação”. Caso não haja um cuidado rigoroso, os jogadores podem se incomodar com alguns fatores.
- Movimento mais rápido da bola
- Rolamento irregular da bola
- Quique variável da bola
- Ter que correr em superfície dura
- Má aderência da superfice
Em contrapartida, o Palmeiras soltou uma nota oficial, com base em outro estudo, da The Lancet Discovery Science, de 2022. O estudo vai em outra direção, apontando que “jogadores profissionais tiveram menor incidência de lesões em grama artificial, enquanto não houve evidência de diferenças na incidência de lesões em jogadores amadores. A incidência de lesões na pelve/coxa e no joelho foi menor na grama artificial”.
O clube demonstrou estar aberto ao debate com os atletas que protestam, mas garante que a Fifa “realiza inspeções anuais desde a sua implementação, em 2020, a fim de aferir que o piso siga os mesmos parâmetros de um campo de grama natural em perfeito estado”.
Veja a nota na íntegra
Diante da publicação realizada conjuntamente por alguns jogadores contra a utilização de gramados artificiais no futebol brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que:
– O campo sintético do Allianz Parque é certificado pela Fifa, que realiza inspeções anuais desde a sua implementação, em 2020, a fim de aferir que o piso siga os mesmos parâmetros de um campo de grama natural em perfeito estado;
– Não há qualquer comprovação científica de que o risco de lesão em campos artificiais seja maior do que em campos naturais. Pelo contrário: recente estudo publicado pela revista “The Lancet Discovery Science” aponta que a incidência de contusões em jogos de futebol disputados em gramados artificiais é inferior à de lesões em campos naturais;
– Diferentes levantamentos realizados por veículos de imprensa mostram que o Palmeiras, ao longo dos últimos cinco anos, é o clube da Série A do Campeonato Brasileiro com menor número de lesões;
– O clube respeita a opinião dos atletas que manifestaram preferência por campos de grama natural e considera urgente o debate sobre a qualidade dos gramados do futebol brasileiro; este problema, contudo, não será solucionado com críticas rasas e sem base científica.