A Uefa, órgão dirigente do futebol europeu, perdeu nesta sexta-feira (7) sua tentativa de rejeitar ações judiciais movidas por centenas de torcedores do Liverpool que compareceram à final da Champions League de 2021-22, em Paris, por ferimentos pessoais supostamente causados pelo caos fora do estádio.
O caso contra a Uefa e a Uefa Events, que foi aberto em 2023, aconteceu após a confusão vivida do lado de fora do Stade de France antes da partida, que foi adiada por mais de 30 minutos.
A polícia francesa foi filmada usando gás lacrimogêneo em torcedores, que reclamaram do tratamento severo enquanto eram conduzidos para baias fora do estádio.
Uma revisão independente de incidentes fora do estádio concluiu que a Uefa foi responsável por um “grande número de quase acidentes que quase levaram ao desastre” antes da final, que o Real Madrid venceu por 1 a 0.
A Uefa fez um acordo com um grupo de torcedores do Liverpool no ano passado, mas um caso separado aberto em nome de cerca de 800 outros continuou no Tribunal Superior.
A Uefa nega responsabilidade e seus advogados argumentaram em uma audiência em julho que o caso deveria ser rejeitado, mas seu pedido foi rejeitado nesta sexta-feira.
Jill Paterson, uma das advogadas dos reclamantes do escritório de advocacia Leigh Day, disse em uma declaração: “Esta é uma decisão legal histórica para os torcedores do Liverpool em sua batalha por justiça contra a Uefa. A Uefa agora terá que respondê-los nos tribunais ingleses. Todos os fãs de futebol devem poder assistir às partidas com segurança.”
Um porta-voz da Uefa disse que a decisão permitiu que os argumentos da entidade sobre se o caso deveria ser ouvido na Inglaterra fossem revisitados assim que mais informações estivessem disponíveis.
O órgão dirigente inicialmente culpou os fãs do clube inglês pelo caos, antes de se desculpar após a divulgação de uma revisão independente.
