Por Antonio Oliveira | GZH
• Carlos Barbosa | RS
| Foto: Ulisses Castro
São quase mil gols e mais de 40 títulos que tornam a carreira de Rodrigo Capita uma das mais brilhantes da história do futsal. Antes de chegar ao Magnus, ele defendeu apenas uma equipe. Na ACBF, o fixo foi multicampeão e deixou o nome marcado naquele que é para muitos o maior time de futsal do mundo.
Em entrevista exclusiva a Zero Hora, Rodrigo lembrou dos bons momentos que viveu pela ACBF. Em sete temporadas na equipe, ele fez parte das conquistadas da Libertadores de 2011, do Mundial de Clubes no ano seguinte, além da Liga Nacional de Futsal (LNF) em 2009. O desempenho nas quadras rendeu a admiração da população de Carlos Barbosa e consolidou o jogador como um dos melhores do mundo.
— Quando eu cheguei, era um menino que chutava a bola para o telhado. Muita gente torcia o nariz. Mas depois as coisas foram acontecendo. Títulos, gols, vitórias… Cheguei a ser capitão da ACBF, campeão do mundo dentro de Carlos Barbosa. É difícil que o povo gaúcho abra a porta de casa. Mas quando eles percebem que você está trabalhando, defendendo com unhas e dentes a bandeira, eles abrem a porta e te enxergam como um gaúcho — disse um orgulhoso Rodrigo.
Aos 41 anos, o jogador, que foi campeão do mundo pela seleção brasileira em 2012, explica que o futsal mudou desde que atuou na ACBF, entre 2007 e 2013. Mesmo assim, guarda com carinho o período mais “raiz” que viveu na Serra Gaúcha.
— Eram outros tempos. A gente não podia ser tão midiático igual hoje. A gente tinha que fazer a barba, colocar a camisa para dentro. Era um outro processo. Mas era um processo que dava título. Era um processo em que a gente era campeão todo ano. Então, você tem que seguir o que está dando certo — relembra Capita.
Retorno a ACBF?
Por mais que Rodrigo já esteja há mais de 10 anos fora da ACBF, ele mantém contato com diferentes pessoas ligadas ao clube, incluindo o empresário Clóvis Tramontina, fundador e Presidente de Honra Vitalício, que voltará ao cargo máximo do time em 2026.
No começo da temporada, o fixo anunciou que este seria o seu último ano no futsal, mas já admite que pode voltar atrás na decisão. Para o próximo ano, a ACBF irá fazer um alto investimento no futsal pensando em ganhar títulos, justamente quando completará 50 anos. E Rodrigo contou se houve algum tipo de contato para um eventual retorno.
— Eu sempre converso com o Clóvis, converso com o Cabeça também, que é um dirigente, com o Jarico, que está lá. Eu tenho uma entrada muito legal, tem o Paludo também. A gente sempre conversa do esporte e a gente fala de Carlos Barbosa. A gente conversou lá atrás. “Pô, e aí Capita?” Mas ficou naquele… Não avançou muito — revelou Rodrigo, que admitiu o interesse do Magnus em seguir com ele para 2026.
Sobre o próximo ano, inclusive, o fixo vê com bons olhos a volta de Clóvis Tramontina à presidência do clube, o que também irá resultar na montagem de um elenco mais forte em relação aos últimos anos. Em contrapartida, ele ressalta que a conquista de títulos mais expressivos pode não acontecer em 2026, visto que os novos jogadores precisarão de tempo para entrosar.
— Faz muito tempo que Carlos Barbosa não chega em uma decisão de âmbito nacional. Isso é ruim, porque vai afastando o seu torcedor do ginásio. Isso também faz com que a cidade perca um pouco daquele brilho no futsal. Eu falei para o Clóvis que estava na hora de ele entrar na parada. Ele vai entrar. Não sei se o resultado esperado vai vir nos 50 anos. Você vai formar um time para ser campeão daqui a sete meses? É muito pouco tempo. Mas se as peças encaixarem, tudo correr bem, tem uma aura dentro de Carlos Barbosa que as coisas acontecem. Então, eu espero sim que Carlos Barbosa venha com tudo — concluiu Rodrigo Capita.

| Foto: Renato Zaro