Na noite histórica em que o Brasil disputou sua primeira partida em uma Copa do Mundo Feminina de Futsal da FIFA, uma jogadora se destacou: Emilly, autora de dois gols, foi eleita melhor jogadora da partida na vitória por 4 a 1 sobre o Irã, na Arena PhilSports, em Pasig, nas Filipinas.
A camisa 9 foi decisiva no segundo tempo e protagonizou os lances que definiram o placar. Para ela, porém, o prêmio individual é sobre a força do coletivo. “Nunca espero ser a melhor, mas espero ser melhor que eu sempre. Acho que o mérito é todo da equipe. Para receber a bola tem que ter um roubo, tem que ter uma defesa compacta, tem que ter ideias claras da parte da comissão. Ser a melhor é só consequência do trabalho”, destacou a ala, ressaltando a união do grupo. “A seleção tem uma força que representa muito. Com essa união tudo se transforma. Graças a Deus pude fazer uma boa estreia.”
Emilly admite que sentiu ansiedade por estar prestes a viver um momento tão simbólico. “Com a estreia do Brasil eu fiquei muito ansiosa. Eu sempre oro antes do jogo para tentar me tranquilizar, pedir discernimento, sabedoria, porque não é sempre que a gente joga uma Copa do Mundo. É a primeira”, confessou.

Para ela, pisar no ginásio nas Filipinas já é um legado. “É uma representatividade muito grande para a Seleção e para sonhos de outras crianças. Talvez elas nem imaginem a importância dessa bola rolando aqui. É uma porta enorme que se abriu. Vale a pena sentir essa ansiedade e o dia que não sentir isso é hora de se retirar. Atleta de alto nível precisa saber lidar. É muita pressão, mas também muita alegria e gratidão.”
Emilly já projeta o próximo compromisso: o duelo contra a Itália, que deve definir o primeiro lugar do Grupo D. Para ela, o confronto promete ser um dos mais difíceis. “Antes de tudo, a gente tem que ver o jogo de hoje, consertar os erros. Copa do Mundo é quem menos falha”, analisou. “Vamos observar o que a Itália fez, tentar criar possibilidades de marcar nas falhas delas, mas também acreditar no nosso trabalho.”
A jogadora destaca ainda a qualidade do adversário com atletas experientes, muitas delas brasileiras naturalizadas. “Vai ser um grande desafio. A Itália tem meninas de muito nome, muito destaque, e também brasileiras, que conhecem bem o jogo de alta qualidade. Mas no final, quem ganha é a modalidade.”