Na noite em que o futsal feminino brasileiro escreveu seu primeiro capítulo em uma Copa do Mundo organizada pela FIFA, uma bola rasteira, um giro preciso e um chute certeiro foi eternizado. Ana Luiza, pivô da Seleção Brasileira, foi a responsável por marcar o primeiro gol do Brasil na história do mundial, na vitória por 4 a 1 sobre o Irã, na Arena PhilSports, em Pasig, nas Filipinas.
A jogada já era desenhada pela atleta nas resenhas com sua companheira de equipe, Emilly. Horas antes do jogo, ainda no quarto do hotel, a camisa 9 cravou que o momento seria de Ana Luiza. “A Emilly falou para mim: ‘amiga, você vai marcar o primeiro gol’. Me entrevistaram e eu votei em você que você iria fazer o primeiro gol”, contou Ana, rindo ao lembrar da resenha pré-jogo. “Eu nem sei como descrever isso. Falei pra ela: amiga, toque em mim. Se outra pessoa marcasse, tudo bem, mas eu queria muito estrear marcando.”
Aos 14 minutos do primeiro tempo, a profecia se concretizou quando Emilly deu passe para Ana Luiza marcar um golaço: 1 a 0. “É incrível, incrível. Estou muito feliz, muito feliz mesmo. Eu não poderia imaginar isso nem nos meus maiores sonhos. Eu pedi muito para o Papai do Céu para que fosse um espetáculo e foi. Ele me presenteou com esse gol.”
A estreia da primeira Copa do Mundo Feminina de Futsal era carregada de expectativas, e Ana Luiza admite que a emoção pesou antes de a bola rolar. “Foi uma estreia um pouco ansiosa. É um turbilhão de sentimentos quando você pisa na quadra e entende que está acontecendo de verdade, que tudo aquilo que a gente sonhou chegou.”

O gol, além de abrir caminho para a vitória brasileira, deu à Seleção a tranquilidade necessária para administrar a partida e crescer no jogo. “Graças a Deus eu consegui fazer o primeiro gol para que a gente pudesse continuar aqueles outros 20 minutos da melhor forma.”
A expectativa agora é para o próximo desafio, que será contra a Itália, seleção forte, técnica e com várias atletas brasileiras naturalizadas italianas. “Vai ser um confronto bem difícil. As duas seleções gostam muito de ficar com a bola, gostam muito de conexões. Tem bastante brasileira lá, a gente sabe como é. Acredito que vai ser um confronto bem difícil.”