A Seleção Brasileira garantiu antecipadamente a classificação às quartas-de-final da primeira Copa do Mundo Feminina de Futsal da FIFA, e um dos nomes que conduziu essa campanha até aqui é Amandinha. Com uma atuação de destaque na vitória por 6 a 1 sobre a Itália, além de dois gols marcados, a camisa 12 falou sobre a classificação, o crescimento da equipe na fase de grupos e a sensação de viver um momento histórico para a modalidade.
Amandinha relembrou a carga emocional da estreia com vitória contra o Irã por 4 a 1 e como isso pavimentou a evolução até a segunda rodada. “Ali na nossa estreia, nós obviamente estávamos ansiosas, nervosas, porque estrear numa Copa do Mundo, a primeira Copa do Mundo FIFA, não é fácil, e é normal a gente sentir. E eu sabia que tudo o que a gente tinha apresentado no primeiro jogo, as pessoas não perdiam por esperar para o segundo.”
Segundo ela, contra a Itália o Brasil reencontrou seu jogo. As transições rápidas, a pressão alta e a intensidade defensiva apareceram desde o início, e Amandinha destacou que esse retorno à identidade brasileira foi determinante. “O jogo contra Itália começou truncado, difícil, mas o que me deixa feliz é a gente conseguiu colocar o nosso jogo em prática, tudo o que a gente vem treinando em toda a nossa preparação. Tivemos uma defesa muito contundente. Nosso cartão de visita não é somente atacar, não é somente criar jogada, é também defender forte. Acredito que a gente conseguiu desfrutar dentro da quadra, fazendo tudo o que a gente gosta de fazer.”
O resultado contra a Itália, além de garantir a vaga no mata-mata, simbolizou para a equipe um retorno à essência. “A gente queria ser Brasil, a gente estava sentindo falta de ser Brasil. Ser Brasil é ser paixão a todo momento, dentro de quadra, se dedicar, trabalhar duro. Muitas vezes as pessoas pensam que Brasil é só alegria nas pernas. Não, a gente trabalha muito duro todos os dias, a gente é apaixonada pelo que a gente faz.”

“É SURREAL VIVER ISSO”
Ao falar sobre a experiência de disputar a primeira Copa do Mundo oficial da modalidade, Amandinha afirma que é um marco histórico. “Estar vivendo a primeira Copa do Mundo feminina é algo que é até difícil de descrever. A gente só escutava falar que a Copa do Mundo FIFA é diferente, porque a gente assiste o masculino. E a gente ficava: ‘quando vai ser a nossa vez?’ Quando saiu a notícia que teria a primeira Copa do Mundo feminina, a gente ficou:’ agora a gente vai sentir essa sensação’. É surreal viver isso. É tudo do mais alto nível, tudo o que a gente sonha para a nossa modalidade.”
Ela conta que ao olhar para a quadra, para o telão, para o público, a sensação é de um sonho antigo finalmente realizado mas ela destaca que esse momento não pertence apenas às 14 convocadas. É acima de tudo representatividade. “A gente até conversa que estar nessa Copa do Mundo é além de ganhar ou perder. Vai além disso, porque é sobre representatividade. Você está representando tantas jogadoras que já pararam, que lutaram tanto pela nossa modalidade e não estão tendo a oportunidade de jogar essa Copa do Mundo. Outras craques ficaram fora da convocação, porque afinal são só 14. Outras atletas lesionadas. Estar aqui significa representatividade.”
Segundo a camisa 12, o grupo está consciente do tamanho desse momento. “Estamos representando tantas mulheres fantásticas que sempre batalharam pela nossa modalidade e estão alcançando patamares cada vez maiores. E acredito que a gente está fazendo isso da melhor forma possível.”
A Seleção Brasileira volta à quadra no sábado (29), às 8h30, para enfrentar o Panamá e encerrar a fase de grupos.
