A semifinal da Copa do Mundo de Futsal contra Espanha coloca Amandinha em um cenário simbólico: enfrentar justamente a Espanha, país onde atua desde 2022, em um do jogo que tem gerado grande expectativa. A ala, que construiu carreira sólida no Brasil, com longas passagens pelo Barateiro (2011–2016) e pelo Leoas da Serra (2017–2021), vive sua primeira experiência internacional no Torreblanca Melilla, já em sua quarta temporada. E é exatamente essa vivência no futsal europeu que proporcionou um repertório para a análise desse confronto decisivo. Amandinha não esconde a admiração pelo modelo espanhol, que tem aumentado desde que ela chegou ao país.
“Sou uma admiradora do futsal espanhol, estou lá na minha quarta temporada. São atletas que eu estou jogando há quatro anos e são extremamente obedientes taticamente. Vêm evoluindo muito em vários aspectos do jogo. São fortes, altas, rápidas, muito do europeu, como o europeu é. Eu vejo que vai ser um jogão, que todos os amantes do futsal não perdem por esperar”, projeta.
Espanha e Brasil chegam para a semifinal com campanhas bem sólidas no mundial. Venceu a Tailândia por 5 a 2, superou a Colômbia por 5 a 1, goleou o Canadá por 7 a 0 e derrotou o Marrocos por 6 a 1. Foram 23 gols marcados e apenas 4 sofridos em quatro jogos. A Seleção Brasileira goleou o Irã por 4 a 1, em seguida por 6 a 1 a Itália. Depois, aplicou outra goleada: 9 a 0 no Panamá. A Amarelinha encerrou a sequência com mais um resultado expressivo: 6 a 1 contra o Japão. Foram 25 gols marcados e apenas 3 sofridos. Para Amandinha, independente do adversário e da força que apresentou até a semifinal, a identidade do Brasil deve permanecer acima das circunstâncias.
“Eu acho que a gente continua fazendo o nosso trabalho desde o princípio da preparação, pensando principalmente no nosso estilo de jogo. A gente tem que ser Brasil e não tem que mudar de acordo com o adversário. Claro que as características mudam de um adversário para o outro, mas acima de tudo a gente tem que ser Brasil, independente se é contra a Espanha ou quem quer que seja”, afirma.
O respeito pelo adversário é grande, especialmente por tudo que a atleta acompanha de dentro do campeonato espanhol. Amandinha afirma Brasil e Espanha será um jogo entre duas escolas fortes mas, acima de tudo, a chance de o Brasil confirmar mais uma vez sua identidade em quadra. Mas a camisa 12 reforça que a importância de chegar a uma semifinal de Copa do Mundo e que esse é um lugar onde se encontram “os melhores dos melhores”.
“É uma semifinal, é mata-mata. A Espanha não está aí à toa. A gente sabe da dificuldade que vai encontrar do outro lado, das qualidades e virtudes que elas têm. Mas a gente tem que pensar no nosso jogo, tentar colocar em prática o que construímos nesses 50 dias juntos e buscar, se Deus quiser, essa classificação para a final”, analisa.
Se tecnicamente o duelo promete ser equilibrado, emocionalmente Amanda enxerga o grupo brasileiro em seu melhor momento. A forma como a equipe tem encarado a competição reforça sua confiança.
“O que tem me deixado feliz é como a gente está solta dentro de quadra, como a gente desfruta desse momento tão ímpar na nossa carreira, que é participar dessa Copa do Mundo FIFA. O que mais me deixa contente, dentro e fora de quadra, é que estamos vivendo isso como se fosse sempre o último dia da nossa vida.”
