A possibilidade de uma camisa vermelha como segundo uniforme da Seleção Brasileira para a próxima Copa do Mundo gerou fortes reações entre os torcedores. A informação foi vazada pelo site “Footy Headlines”, especializado em uniformes esportivos, e aponta que a equipe canarinho pode adotar o vermelho como segundo uniforme no Mundial de 2026.
Para analisar o impacto e o simbolismo da novidade, os jornalistas Flávio Gomes e Robson Morelli foram convidados para discutir o tema ao vivo no CNN Arena desta terça-feira (29). Com posições distintas, eles analisaram a proposta sob diferentes prismas: histórico, simbólico e comercial.
Robson Morelli se posicionou de forma crítica à ideia de mudança no tradicional uniforme.
“Eu sou bem tradicionalista. Acho que a amarela é a principal e a azul é a segunda. Talvez a gente nem veja a camisa vermelha na Copa, já que ela dependeria do uniforme do adversário. Mas ainda prefiro a azul”, afirmou o jornalista, destacando que a proposta pode representar uma ruptura mais ampla.
Enquanto isso, Flávio Gomes falou sobre importantes mudanças e inovações com a chegada de um uniforme vermelho.
“A gente está prestes a ter um técnico estrangeiro pela primeira vez em muito tempo. Isso já é uma ruptura importante. A camisa vermelha pode ser mais uma. Há seleções que não usam as cores da bandeira: a Alemanha joga de branco, o Japão de azul, a Itália também. E o Brasil poderia, sim, justificar uma camisa vermelha com o pau-brasil, com o urucum, com os povos originários. São referências legítimas da nossa identidade”, declarou o jornalista.
Flávio também aproveitou para lembrar que a atual camisa amarela não é a original da Seleção.
“Até 1950, o Brasil jogava de branco. A mudança veio após a derrota no Maracanã, num concurso promovido por um jornal. E a inspiração azul de 1958 tem até fundo religioso, com a devoção à Nossa Senhora Aparecida. Ou seja, o Brasil já passou por mudanças simbólicas antes.”
Robson Morelli, por sua vez, interpretou a possível alteração com mais pragmatismo. “Não vejo isso como algo que vá pressionar os jogadores. Me parece uma decisão de negócios da CBF, em parceria com a Nike. A ideia é lançar e vender uma camisa nova, e o vermelho atrai atenção”, disse.
Morelli ressaltou que, apesar dos argumentos históricos e culturais apresentados por Gomes, ainda vê na bandeira a principal referência para a identidade da equipe.
“O amarelo, o azul, o verde e o branco são as cores com as quais a gente identifica a Seleção Brasileira. A camisa pode até ser bonita, e já tivemos pontualmente camisas vermelhas ou pretas, como em homenagens ou causas sociais, mas a identidade precisa ser preservada.”
Ao final do programa, os jornalistas também comentaram o fato do Brasil já ter utilizado camisas vermelhas em outras ocasiões históricas — em 1917 e 1936 —, sempre de forma pontual e por necessidade.
“Em 1936, por exemplo, o Brasil entrou em campo com a camisa do Independiente, da Argentina, num sul-americano. Eram tempos diferentes, não havia um segundo uniforme fixo”, relembrou Flávio