Denilson avalia Endrick pelo Real: Resiliente e tem personalidade

O atacante Endrick tem tido poucos minutos pelo Real Madrid, apesar de já somar dois gols pela equipe Merengue (sendo um deles pela Champions League). Ao todo, são 107 minutos desde sua estreia em agosto contra o Valladolid — que ficou marcada pelo seu gol e o recorde estabelecido (de jogador estrangeiro mais jovem a marcar pelo Real na história de LALIGA).

Ídolo do Real Betis, o ex-atacante Denílson, que chegou ao Los Verdiblancos em 1998 —  aos 20 anos — com status de promessa, afirmou que a situação de Endrick em Madrid é diferente, e menos conturbada, que a que viveu em sua carreira quando chegou ao futebol espanhol. Por outro lado, o ex-jogador destacou a resiliência do atacante e a personalidade que o camisa 16 do Real demonstra, mesmo com pouca idade, diante de situações adversas no futebol.

Segundo Denílson, sua chegada ao Betis foi mais conturbada que a de Endrick ao Real, já que existia uma expectativa maior sobre seu futebol. À época, Denílson saiu do São Paulo como a contratação mais cara da história do futebol mundial e havia o peso de ter disputado uma final de Copa com a Seleção.

Endrick em ação pelo Real Madrid
Endrick em ação pelo Real Madrid • David Ramos/Getty Images

“Até acho que eu cheguei [ao Betis] com uma responsabilidade um pouco maior que a do Endrick [no Real]. Saí do Brasil como jogador mais caro do mundo, por causa da transferência, e tinha jogado uma final de Copa do Mundo”, disse Denílson.

Chegada de Denilson ao Betis

Quando chegou ao Betis, Denilson tinha acabado de perder, com a Seleção, a final da Copa de 1998 para a França. O ex-atacante havia atuado em todas as partidas daquele mundial, apesar de ser reserva durante o torneio.

“Eu tinha 19 para 20 anos, cheguei em um time que não estava na parte de cima da tabela, não era o protagonista do Campeonato Espanhol, e cheguei com essa carga de mais caro do mundo, então existia uma expectativa, de repente, muito grande com meu desempenho”, afirmou o pentacampeão do mundo.

Sobre a adaptação ao futebol espanhol, o ídolo do Betis afirmou que demorou duas temporadas para entender as diferenças do jogo e conseguir encaixar seu estilo à equipe.

“Teve um processo de adaptação difícil. Eu demorei, literalmente, duas temporadas para entender onde eu estava, para entender o mundo que eu estava vivendo, o futebol que eu tinha que praticar”, destacou o ex-jogador.

Conselho para Endrick

O pentacampeão do mundo afirmou que Endrick tem a vantagem de estar em um clube que é protagonista e tem grandes jogadores que dividem a responsabilidade no elenco, como Bellingham, Vini Jr e Mbappé — o que pode agilizar seu processo de adaptação ao futebol europeu.

“Ele tem referências no time que vão dar tranquilidade para ele se adaptar e, aos poucos, se tornar também uma referência”, disse Denilson.

“O Endrick é um jogador jovem que mostra, não só uma resiliência, mas uma personalidade que chama a atenção para sua idade”, concluiu o ídolo do Betis.

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