Na última quinta-feira (20), o Sport e a Prefeitura do Recife firmaram um acordo de compensação ambiental para a reforma da Ilha do Retiro, com investimento de R$2,7 milhões após análise do Estudo de Impacto de Vizinhança. Essa iniciativa reflete o movimento dos clubes e das empresas proprietárias dos estádios no Brasil em valorizar ações sustentáveis, seja na reciclagem de materiais nos dias de jogos ou na parte estrutural das arenas.
Um dos projetos pioneiros que visam coleta de resíduos em partidas oficiais acontece no Heriberto Hulse, casa do Criciúma. O projeto “Recicla Junto”, implementado pela Cristalcopo, tem o objetivo de coletar todo o lixo gerado durante os jogos do clube para que seja encaminhado ao processo adequado de reciclagem. A iniciativa já retirou mais de 15 mil toneladas de plástico, papel e vidro no Campeonato Brasileiro da Série A no ano passado.
“O esporte é uma ferramenta de transformação social e de impacto positivo na sustentabilidade. Podemos chegar em muitas pessoas de forma educativa, unindo uma paixão nacional com a responsabilidade ambiental. Isso tem uma força enorme na sociedade e um grande potencial de impacto”, afirma Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo.
O Internacional é outro clube que se preocupa com ações renováveis em seu estádio. O Beira-Rio, reformado para atender a altos padrões de sustentabilidade, possui a Certificação LEED Silver, que reconhece práticas de construção verde. Uma das principais iniciativas protagonizadas pelo clube é o sistema de captação de água da chuva em 22 das 65 membranas que recobrem o estádio, que são destinadas para duas cisternas com capacidade total de 300m³ e reutilizadas nos vasos sanitários.
“O Inter está inserido em uma nova realidade, onde esporte, entretenimento e sustentabilidade caminham juntos. Nossa gestão ambiental é ativa e alinhada às melhores práticas de ESG, tanto nas operações do clube quanto em eventos e atividades diárias. Contamos com a expertise da bióloga Daisy Bessa, responsável técnica pelas iniciativas, sempre buscando melhorias e inovações sustentáveis para o Inter”, comenta Rodrigo Lucca, diretor executivo de operações do Inter.
Na região Sudeste, o Allianz Parque vem conquistando prestígio internacional por medidas voltadas para o meio ambiente. O estádio do Verdão atendeu 64% dos 14 critérios focados na gestão de resíduos, reutilização de água e ações climáticas, estando no estágio de arenas renomadas como o Santiago Bernabéu, do Real Madrid, e o Allianz Stadium, da Juventus.
A Arena Pantanal também tem destaque quando o assunto é sustentabilidade. O estádio foi projetado com sistema de reaproveitamento de água da chuva, ventilação para economia de energia e o uso do crédito de carbono, que já compensou mais de 41 mil toneladas de CO2 produzidas durante a construção. A arena também se caracteriza por possuir uma membrana sintética que envolve todo o estádio, evitando assim com que o Sol bata diretamente na estrutura de concreto, o que facilita a climatização do ambiente.
No Nordeste, a Arena Castelão foi o primeiro estádio da América do Sul a obter a certificação ambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida pelo Green Building Council, com um sistema de esgoto a vácuo que diminui o consumo de água em todas as áreas. O estádio também é equipado com torneiras de fechamento automático, mictórios com sensores e um sistema de captação de águas pluviais, utilizado na irrigação do gramado, entre outras aplicações.
A Arena Amazônia, situada no Norte do país, foi projetada de acordo com premissas modernas de sustentabilidade e acessibilidade, tanto que 95% dos materiais removidos e demolidos do antigo Estádio Vivaldo Lima foram reutilizados na construção.
O estádio também se tornou a primeira edificação do Amazonas a obter a certificação internacional LEED, que atesta construções exemplares, com uso racional de água, eficiência energética, qualidade ambiental interna, uso de materiais de baixo impacto ambiental e estímulo a inovações. A arena disponibiliza sistemas de aproveitamento de água da chuva, estações de tratamento de esgoto e ventilação natural para reduzir o consumo de energia.