Enquanto os olhos do mercado seguem focados nas grandes arenas e contratos milionários do futebol profissional, um universo promissor se expande de forma silenciosa e consistente em outro campo: as competições de base.
Presente na primeira edição de 2025 da Danicup Brasil, em Ribeirão Preto, o professor, estrategista e especialista em Gestão de Marcas Jiovani Soeiro observou de perto aquilo que poucos enxergam: um fluxo constante e altamente segmentado de consumidores em potencial, reunidos em um único espaço, por vários dias, em torno de um só interesse — o futebol.
“O futebol de base é campo fértil para negócios. Estamos falando de mais de 3 mil pessoas circulando diariamente, entre atletas, pais, familiares, profissionais liberais e equipes técnicas. São 124 clubes, mais de 1.500 atletas, e todos eles estão conectados por uma paixão em comum.
Mas o que poucas marcas percebem é que, por trás do uniforme e da chuteira, existem famílias inteiras que consomem absolutamente tudo — de alimentação a vestuário, de mobilidade a serviços financeiros”, aponta Soeiro.
O recado é claro: não se trata apenas de investir em futebol, mas de compreender que esses eventos se transformaram em ambientes reais de consumo, influência e construção de marca.
Mais que bola rolando: um ecossistema em constante movimento
Com 15 campos simultaneamente ativos e uma agenda repleta de jogos, a Danicup exemplifica como essas competições criam uma rotina de permanência e circulação — um diferencial logístico e emocional que amplia a experiência do público e abre espaço para marcas de todos os segmentos.
“O garoto que está jogando é o centro da experiência, mas ele está rodeado de quem decide a compra: o pai, a mãe, o responsável. E todos esses perfis têm necessidades diversas: alimentação, hospedagem, transporte, saúde, vestuário, tecnologia… Ou seja, o mercado é muito mais amplo do que se imagina à primeira vista”, destaca Soeiro.
Além disso, ele reforça que essas conexões geradas no ambiente da base tendem a ser mais duradouras, pois atingem um público em formação — emocionalmente vinculado à experiência esportiva e à marca que souber se fazer presente de forma relevante.
Oportunidade para quem quer começar cedo
A análise feita por Jiovani Soeiro é também um alerta: as marcas que esperam os talentos virarem estrelas para se aproximar estão perdendo tempo e espaço.
Segundo ele, os clubes, organizadores e empresas mais atentos já estão desenvolvendo estratégias de relacionamento desde a base — o que garante vantagem competitiva na construção de autoridade, vínculo emocional e fidelização.
“O futebol profissional está, de alguma forma, saturado de ativações e disputas de mídia. Mas aqui, no campo da base, ainda há espaço, há carência, há audiência qualificada e há uma comunidade inteira sedenta por marcas que realmente entendam esse ambiente”, acrescenta o especialista.
Ele destaca ainda que “a Danicup, assim como outros torneios de base em ascensão pelo Brasil, revela que o futebol é muito mais que espetáculo: é uma plataforma de relacionamento direto com quem consome e decide. Basta saber olhar além da bola”.