Luciléia carrega uma promessa feita à mãe, dona Leonilda: sempre que marcar um gol, faria um coração enorme em homenagem a ela. E neste sábado, no PhilSports Arena, a camisa 10 pôde cumprir o combinado duas vezes, uma para cada gol na vitória do Brasil por 9 a 0 sobre o Panamá, pela Copa do Mundo Feminina de Futsal nas Filipinas. Foram os primeiros gols dela no mundial. “Minha mãe não via muito meus jogos. Quando ela começou a assistir sempre, pediu: ‘quando você fizer um gol, faz um coração pra mim… mas não um pequeno, eu quero um coração grande’. Então sempre que posso eu faço com muito carinho”, contou a jogadora que aos 42 anos é a mais experiente desse mundial.
A noite foi, de fato, inesquecível para Luciléia. A camisa 10 também foi eleita The Player of the Match pela FIFA, a melhor da partida, e coroou mais um capítulo de uma carreira histórica. A maior artilheira da Seleção Brasileira, com 93 gols em 84 jogos, mostrou mais uma vez por que carrega o posto de lenda do futsal. Em entrevista à CBFTV, ela descreveu a emoção de viver sua melhor atuação no torneio.
“Só de poder estar participando desse mundial já é uma coisa mágica, né? Hoje, poder contribuir com a equipe, com os dois gols, era o momento que eu esperava nesse mundial, porque é um momento de alegria, de explosão junto com a torcida. Então fiquei muito feliz”, comemorou.
O Brasil fechou a fase de grupos com uma campanha perfeita com 100% de aproveitamento com três vitórias em três jogos e confirmou o primeiro lugar da chave, cumprindo exatamente o objetivo traçado pela comissão técnica. Ao avaliar o desempenho da equipe até aqui, Luciléia demonstrou maturidade. Com dois dias para trabalhar antes das quartas de final, Luciléia reforçou a importância de ajustes e foco total. “Eu acho que a gente fez três bons jogos até aqui. Conseguimos nosso primeiro objetivo, que era classificar em primeiro do grupo. Claro que tem sempre alguma coisa para melhorar. Agora a gente entra em outra fase do campeonato, que é mata-mata. Isso muda tudo. Mas a gente tem aí dois dias para poder trabalhar e para chegar ainda mais preparado para essa fase”, afirmou.
O próximo desafio será o Japão, adversário de muita disciplina tática, forte marcação e transições rápidas. “É uma equipe que coletivamente é muito forte, então a gente vai estar muito atenta. Como você falou, já o jogo por si, sendo um mata-mata, é difícil. Então a gente vai ter que corrigir algumas coisas, mas eu tenho certeza que a nossa comissão também vai nos passar direitinho e que a gente vai poder se preparar nesses dois dias para chegar nessa fase e nesse jogo com o Japão o mais preparado possível”, concluiu.
