O atacante Luighi, da equipe sub-20 do Palmeiras, voltou a se pronunciar sobre o caso de racismo sofrido por ele e por seu companheiro de equipe, Figueiredo, no jogo contra o Cerro Porteño pela Libertadores da categoria.
O pronunciamento aconteceu na TV Palmeiras, no YouTube, e o jogador explicou o porquê de sua indignação da hora do ocorrido. Além da ofensa em si, o fato teria sido ignorado por seguranças do estádio.
“Não sei nem o que falar. Vem um ódio na cabeça, até porque tinham muitos policiais do lado e isso que me deixou mais bravo, a polícia não ter feito nada. Fui até eles, mas fica o aprendizado. Na hora a gente fica bravo, perde a cabeça, mas tem pessoas desse tipo do mundo e, como falei, até quando a gente vai viver isso?”, questionou novamente.
No mesmo vídeo, o atacante de 18 anos fez um apelo para o fim de casos com esse.
“Um recado que eu mandaria para quem faz esse tipo de racismo é que parem. Você não está no corpo da pessoa que sofreu racismo, as vezes você fala e não sente o que a pessoa transmite. É uma dor que eu peço para que nenhuma pessoa sofra, mas, como falei, muitas pessoas assim no mundo. Até quando vão existir pessoas assim? Até quando o futebol vai admitir isso?”, concluiu.
Entenda o caso
O caso aconteceu aos 36 minutos do segundo tempo na vitória do Palmeiras sobre o Cerro Porteño, por 3 a 0, pela Libertadores Sub-20. Na saída de campo após ser substituído, Figueiredo foi alvo de um torcedor que imitou um macaco para o jogador brasileiro. Luighi, que também saiu, foi chamado de macaco pelos torcedores presentes.
O camisa 9 então alertou a arbitragem da partida sobre o ocorrido, mas o árbitro Augusto Menendez ignorou e deixou o jogo seguir normalmente.
Após o confronto, o atacante alviverde chorou ao falar a respeito da situação e confrontou um repórter que o perguntou sobre o jogo.
“É sério isso? Não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? Até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime, você não vai me perguntar sobre isso? Vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? A CBF? Sei lá… Você não ia perguntar sobre isso. O que fizeram comigo é um crime, a gente é formação, a gente está aprendendo com isso”, disse Luighi.