Por Eduardo Araújo
No futebol de base, tudo pode mudar muito rápido. Um menino que ontem jogava descalço em um campo de terra pode, de repente, se ver dentro de um grande centro de treinamento, cercado de expectativas, promessas e decisões difíceis. E é nesse cenário que o papel do empresário se torna decisivo.
Mais do que abrir portas, acredito que a função de quem está ao lado do atleta desde o início é oferecer gestão — tanto esportiva quanto comportamental — com responsabilidade e equilíbrio. Acompanhar de perto, orientar com clareza e, acima de tudo, entender o momento que o jovem está vivendo são atitudes essenciais para minimizar erros e construir uma trajetória sólida.
Nem sempre o atleta estará em alta. E é justamente nesses momentos que as parcerias verdadeiras se revelam. Já vi muitas situações em que o tratamento muda completamente conforme a fase que o jogador atravessa. E, para quem está começando, esse contraste costuma ser um grande alerta — e um bom filtro para identificar quem realmente está disposto a caminhar junto.
Estar presente nos momentos difíceis, oferecer suporte emocional, repensar estratégias e manter a palavra dada são atitudes que não podem faltar em uma relação que se propõe a ser profissional e humana ao mesmo tempo. Porque mais do que gerir carreiras, estamos lidando com sonhos — e isso exige mais do que técnica: exige verdade.