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Presidente do COB aposta em Pan no RJ e quer Brasil liderando futsal olímpico após reunião com Xaud – LNF

À frente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) desde o início de 2025, Marco Antônio La Porta tem buscado aproximar atletas da gestão, equilibrar as contas e projetar o futuro do movimento olímpico no País. O dirigente de 57 anos acredita que o País pode se consolidar como referência na organização esportiva e até liderar pautas globais, como a inclusão do futsal no programa olímpico.

Entrevista com Marco Antonio La Porta, presidente do COB. | Foto: Rafael Bello COB

No Congresso, La Porta contou com o apoio de atletas para conseguir aprovar que a Lei de Incentivo ao Esporte, uma das principais ferramentas de fomento ao setor, se torne permanente — ainda fala a sanção presidencial. Em paralelo, o COB trabalhou na reestruturação financeira e organizacional da entidade, revertendo um déficit previsto de R$ 80 milhões.

Em meio à candidatura de Rio-Niterói para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031, La Porta confia em vitória na concorrência com Assunção, no Paraguai — a sede será anunciada em 10 de outubro —, e defende que o evento deixe como legado a modernização do centro de treinamento do Time Brasil, na capital carioca, que ainda carece de alojamento, espaço para alimentação e pista de atletismo. Para ele, essa é uma oportunidade única de consolidar um espaço de excelência para o alto rendimento.

Ao visitar São Paulo para participar da COB Expo, La Porta concedeu entrevista ao Estadão. Ele falou sobre a reativação da Academia Olímpica Brasileira, reconheceu que o desempenho no Mundial de Atletismo “poderia ser melhor” e ressaltou a necessidade de apoio a atletas na questão da saúde mental ainda na base.

São Paulo recebeu a COB Expo e a entidade aproveitou o evento para relançar a Academia Olímpica Brasileira. Queria que você comentasse um pouco sobre esse projeto e o que espera com ele

Esse era um projeto que eu e Yane (Marques, vice-presidente) tínhamos desde que a gente começou a nossa campanha, ano passado, de reativação da Academia Olímpica Brasileira, porque a gente entende que dentro do conceito que a gente tá tá tentando passar de transformar o Brasil em uma nação esportiva, a gente precisa de alguma forma levar para a sociedade a discussão dos valores olímpicos e esse é o papel das academias olímpicas que existem pelo mundo.

O Comitê Olímpico Internacional tem a Academia Olímpica Internacional, que é um órgão exatamente para você propagar os valores olímpicos de ética, de respeito e de amizade por todos os países do mundo. E é isso que a gente pretende com a Academia Olímpica Brasileira, com essa reativação, que a gente possa entrando no mundo acadêmico, nas universidades, nas escolas, nos colégios, a gente poder levar o que que é o movimento olímpico, como o movimento trabalha, resgatar a história dos nossos atletas, as histórias de superação que inspiram os jovens e a nossa sociedade. Exatamente o que a gente quer dentro desse conceito de transformar o País numa nação esportiva

No começo do ano, você e a Yane também bateram bastante na tecla de aproximar o COB dos atletas. Vocês sentem que os atletas têm sido receptivos à nova gestão?

Bastante. A gente tá muito satisfeito com o trabalho que a gente tá feito de de valorização, de trazer o atleta para para dentro do comitê para participar. Eu acho que o o grande sinal de que isso tá acontecendo de uma maneira muito positiva foi a nossa mobilização para aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte no Congresso. Nós mobilizamos vários atletas de nome, todos eles se dispuseram a estar em Brasília conosco, trabalhando dentro do Congresso junto com os deputados e com os senadores para que pudesse essa lei ser aprovada.

A gente realmente percebeu naquele momento que os atletas tinham entendido o recado e que estavam muito próximos do Comitê Olímpico. A gente quer cada vez mais estreitar, porque o Comitê Olímpico ele é dos atletas, né? Foi feito para poder eh propiciar a melhor estrutura possível pros atletas. Então eles precisam precisam tá junto, precisam estar participando. A gente tá tendo sucesso nisso.

A aprovação da Lei de Incentivo foi um passo importante…

Primeiro cabe ressaltar que quando a gente a gente assumiu (a gestão) o COB nunca tinha feito uso da Lei de Incentivo e a gente foi provocado pela sociedade esportiva para que o COB liderasse esse processo para que a lei se tornasse perene. Esse ano foi utilizado mais de R$ 1 bilhão em recurso.

A lei tem um papel fundamental no esporte que é desse fomento a prática esportiva e o apoio aos atletas mais jovens. Então a gente lutou muito e caminhou bem, a gente conseguiu a aprovação por unanimidade.

Você assume o COB diante de um cenário desafiador, cujo orçamento previa um déficit de R$ 80 milhões, mas a sua gestão fez uma revisão importante de olho em evitar prejuízos. Como foi esse processo e como se deu a busca por novos recursos?

Isso foi o nosso papel, né? A gente realmente assumiu com esse desafio, fizemos cortes internos e fomos ao mercado buscar novas receitas. E aí é um trabalho muito bem feito pela nossa diretoria de comunicação e marketing… a gente conseguiu renovar vários patrocinadores subindo o ticket médio. A gente aumentou os valores, diminuiu o número de patrocinadores, mas aumentou o valor E teve o aporte da Caixa Econômica Federal, que foi bastante importante. Começou a entrar o recurso da Lei das Bets…

A gente conseguiu ao longo desse ano equilibrar, vamos terminar o orçamento desse ano com o COB totalmente equilibrado, conseguimos resolver o problema desses R$ 80 milhões e continuamos buscando novas fontes de receitas.

O orçamento do COB para esse ano foi de quase R$ 600 milhões. Como esses recursos foram direcionados? Já existe uma estimativa de qual será o orçamento para 2026?

A gente tem uma expectativa de aumentar um pouquinho, não vai aumentar muito mais do que esses R$ 600 milhões para 2026. É bom as pessoas entenderem que boa parte desse recurso que nós recebemos, ele é repassado para as confederações. Praticamente 70% desse recurso é repassado para as confederações olímpicas. E esse repasse é totalmente meritocrático, baseado nos resultados esportivos e de gestão.

Você já disse que planeja criar um “selo de qualidade” a centros de treinamento. Como surgiu a ideia e como ela vem sendo trabalhada?

Essa ideia surgiu a partir do momento que a gente percebeu que o centro de treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro, não consegue dar conta das 38 modalidades. Então a gente precisava de alguma forma pulverizar isso…

Qual é a vantagem? Um centro de treinamento que tem uma certificação do COB fica apto a receber os projetos da entidade. Por exemplo, me procura o presidente da confederação de tênis de mesa: “Ah, eu quero fazer um centro de treinamento”. A gente responde: “Olha, tem esses centros certificados aqui”. E investimos lá.

A gente foi ao Comité Olímpico Espanhol. Eles fazem esse trabalho. Conversamos com para tentar entender como é que eles faziam, pegar as boas práticas… Fomos no Comité Olímpico de Portugal também para entender. Eles têm uma rede de centros de treinamento fantástica.

A partir de agora a gente tá começando a colocar isso no papel para começar a implementar ano que vem.

Los Angeles-2028 terá esportes menos populares no Brasil (Beisebol/Softbol, Críquete, Flag Football, Lacrosse e Squash). O que o COB tem feito para junto às federações de esportes menos tradicionais no País visando a Olimpíada?

A gente conversou bastante com eles. É uma conversa muito transparente, muito clara… O que essas modalidades, essas confederações têm de entender é que elas não têm a garantia de que estarão em Brisbane-2032. Então, o que eu aconselho a esses gestores? Primeira pergunta: vocês acham que têm chance de classificar para Los Angeles? “Poxa, eu acho que eu tenho.” Então vamos focar nisso. “Poxa, acho difícil, não vou classificar.” Então aproveitem esses quatro anos para organizar sua confederação, porque vocês vão receber um recurso do Comitê Olímpico que talvez não tenham daqui a quatro anos. Então, aproveitem para estruturar sua confederação.

O senhor já declarou a vontade de ver o futsal no programa olímpico. A CBF passou por mudanças e agora está com o Samir Xaud está no comando. Como estão as conversas sobre o tema?

Sim, sim. Já tive algumas conversas informais com o presidente Samir. É um projeto que a gente quer ir junto com a CBF. A gente quer que a CBF seja parceira nesse projeto pra gente buscar incluir o futsal nos Jogos Olímpicos. A gente está formando um grupo para que a gente consiga.

O Brasil quer liderar isso, o COB e CBF juntos. O País poder liderar esse processo porque a gente entende que o futsal é uma modalidade que, sim, tem o direito de estar nos Jogos Olímpicos.”

A saúde mental se tornou um tema recorrente no esporte olímpico. Quais iniciativas o COB tem adotado em relação ao assunto?

Esse é um tema muito importante. Esse trabalho precisa começar de cedo. A gente não precisa esperar o atleta chegar no alto rendimento. Puxa, agora ele tá com problema de saúde mental? Não.

Esse acompanhamento da área de saúde e psicologia tem que vir desde as categorias de base. É isso que falta no Brasil. Às vezes os recursos na área de desenvolvimento não são tão tão completos. Um atleta de alto rendimento tem nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo… Isso não acontece na base. Então, qual é a primeira coisa que o atleta da base abre mão? Do psicólogo, que vai fazer diferença depois.

A gente tá trabalhando bastante isso para que esse trabalho comece cedo. Não dá para esperar chegar no alto rendimento, identificar que tem um problema e tentar resolver. Acho que tem que preparar o atleta desde cedo para evitar que o problema aconteça.

O Brasil saiu do Mundial de Atletismo, em Tóquio, com um sabor agridoce. O País bateu recorde de medalhas (3), mas acabou indo a apenas três finais também. Como você avaliou a participação do Brasil no torneio?

Ela (a participação) foi histórica. Melhor resultado, isso não se discute, mas em uma avaliação global… foi boa, mas podia ser melhor. A gente tinha a esperança de ir melhor. Precisamos identificar realmente esses gatilhos. Nós temos o Caio e o Alisson (Piu) que estão em um patamar acima e precisam ser cuidados para que continuem essa boa forma, e identificar aqueles outros que por ventura a gente esperava mais e não foram bem e tentar corrigir o rumo.

A gente acha que o atletismo realmente pode dar mais e a gente tem confiança que vai, isso vai acontecer

No lançamento oficial da candidatura de Rio-Niterói ao Pan-2031, você falou em deixar um legado. Existe algum plano para revitalizar estruturas, como o Parque dos Atletas e o Centro Olímpico de Tênis, e dar uma funcionalidade a elas como nas arenas 1, 2 e 3?

Essa pergunta é muito boa… foi a primeira conversa que eu tive com os dois prefeitos (Eduardo Paes e Rodrigo Neves) e falei assim: “Olha, vocês querem a candidatura, o Comitê Olímpico vai entrar, mas a gente quer sair com o centro de treinamento montado”. Qual é a grande vantagem do Rio em relação? O Rio tá com as instalações prontas. Então é pouca coisa a ser construída.

Hoje temos no Rio o centro de treinamento do Time Brasil, que funciona bem e atende os atletas. Mas há duas deficiências importantes: não possui alojamento e alimentação, o que obriga os atletas a ficarem em hotéis na Barra; e não conta com uma pista de atletismo, essencial para atender uma modalidade tão importante.

Por outro lado, há estruturas muito boas, como as Arenas 1, 2 e 3, pertencentes ao governo e que estão sendo utilizadas. Mas entendemos que poderia haver um trabalho mais amplo de aproveitamento.

Nosso objetivo é que sejam construídos o alojamento e a pista, e já houve um compromisso com o Comitê Olímpico: foi assinado um documento garantindo isso. Confio muito na palavra das autoridades envolvidas, porque disseram claramente que essa obra faz parte da preparação e será entregue.

A grande vantagem do Rio é que já tem instalações prontas, restando pouca coisa a ser construída. A Vila Pan-Americana, por exemplo, pode ser aproveitada, permitindo que o investimento seja direcionado à estrutura para os atletas, deixando um legado duradouro.

O Comitê Paralímpico Brasileiro saiu dos Jogos de 2016 com um centro de treinamento fantástico em São Paulo. O Comitê Olímpico, por sua vez, não recebeu o mesmo. Agora buscamos essa estrutura no Rio de Janeiro, que será um legado fundamental para garantir a continuidade e a qualidade da preparação.

Precisamos apenas que essa obra seja construída. A manutenção, nós assumimos.

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