Futebol de base é paixão, construção de sonhos e desafios diários. Trabalhando próximo a jovens atletas, percebi que uma das maiores preocupações de pais, treinadores e dos próprios jogadores são as lesões. Imagine a expectativa de treinar forte, mostrar talento para um olheiro e, de repente, sentir aquela fisgada na coxa ou o tornozelo torcido. Por isso resolvi trazer aqui os passos realmente indispensáveis para evitar essas situações, aprendizados que baseio tanto em experiência própria quanto nos dados mais recentes do setor e práticas acompanhadas por quem vive a base, como O Placar18.
Evitar lesões é tão fundamental quanto querer vencer.
A dimensão do problema: o que dizem os estudos?
Me choca todo ano a quantidade de jovens afastados de campeonatos e avaliações por lesões. Se você pesquisa como eu e acompanha estudos, já percebeu números relevantes. O estudo da PUC Goiás, temporada de 2021, apontou que 64,03% dos atletas analisados no futebol de base sofreram lesões musculoesqueléticas. Desses, as musculares, entorses, traumas e tendinites lideram, principalmente em tornozelo, parte posterior da coxa e joelho.
Outro levantamento do Centro Universitário Celso Lisboa, referente ao Estadual do Rio de Janeiro de 2019, mostrou incidência maior de lesões na Sub-17, seguido pela Sub-15 e pelo Sub-20, com novembro sendo o mês mais crítico. Tudo isso deixa claro: além do talento, o cuidado físico precisa ser treinado desde a base.
Como a prevenção entra na rotina?
Vejo que a prevenção de lesões nunca depende de um único ponto. É a soma de cuidados, rotina, atenção e conhecimento. Por isso, separei os passos que considero indispensáveis, aqueles que, se aplicados no dia a dia, podem mudar o rumo da carreira de muitos atletas. E, claro, sempre recomendo ouvir o próprio corpo.
Aquecimento é obrigatório, não formalidade
É bem comum ver meninos e meninas querendo “pular” o aquecimento. Eu sempre reforço: o aquecimento prepara músculos, articulações e mente para o esforço. O programa FIFA 11+, por exemplo, é referência justamente porque reduz lesões ao propor uma sequência de exercícios funcionais, saltos, corridas leves e movimentos de controle corporal. Bastam 10 a 15 minutos, realizados com disciplina, para os riscos caírem de verdade.
Alongamento: flexibilidade é proteção
Muita gente acha que alongamento serve só para relaxar ou termina caindo naquela repetição mecânica, sem consciência corporal. O que aprendi com fisioterapeutas e, honestamente, com alguns puxões de orelha, é que alongar prepara os músculos para a amplitude dos movimentos típicos do futebol. Foque em cadeias musculares específicas: posterior da coxa, panturrilha, quadríceps e região lombar. É só observar os locais que mais se lesionam nos dados das pesquisas da PUC Goiás.
Descanso não é preguiça: é parte do treino
Vejo muitos talentosos querendo treinar todo dia, sem folga, achando que descansar é ficar para trás. Mas o corpo em desenvolvimento pede recuperação. As microlesões que surgem no músculo durante treinos intensos só cicatrizam se houver repouso adequado. Ignorar esse ciclo pode ser fatal para a sequência de jogos ou para aquela seletiva tão desejada.
Alimentação: combustível certo faz diferença
Sempre converso sobre isso tanto com atletas quanto com familiares. Um prato colorido, equilibrado, com proteínas, carboidratos, gorduras boas, frutas e verduras vale como proteção. Faltou energia, o corpo compensa da pior forma: perdendo performance e aumentando o risco de lesão. Água também é questão séria: desidratação acelera fadiga e cãibras.
Evite a sobrecarga: treine bem, não demais
O excesso de treinos, jogos consecutivos e falta de variação nas atividades são vilões que sempre aparecem em conversas com treinadores. Segundo estudos com atletas amadores no Portal eduCapes, fatores como idade, frequência de prática e índice de massa corporal elevado aumentam o risco de lesão. Por isso, sempre defendo alternar cargas, valorizar períodos de recuperação e manter o acompanhamento de um preparador físico.
- Programe treinos diferentes a cada semana
- Inclua atividades fora do futebol: fortalecimento, corrida leve, natação
- Evite jogos seguidos, especialmente em períodos decisivos
- Fique atento a dores persistentes ou queda significativa de rendimento
Sinais de alerta: o corpo fala antes de machucar
Nunca subestime um desconforto leve, uma dor que insiste. Aprendi que é nesses sinais que moram as lesões mais difíceis de tratar. Os jovens tendem a mascarar sintomas para não sair do time, mas é papel dos adultos ficar atentos:
- Inchaço aparente nas juntas, principalmente tornozelo e joelho
- Dor durante movimento ou repouso
- Fraqueza muscular repentina
- Queimação ou dormência após treinos intensos
- Dificuldade para apoiar o pé ou movimentar as pernas
Com o acesso fácil à informação, às vezes sobra dúvida sobre o que fazer diante de um desses sintomas. Busque orientação de profissionais da saúde esportiva imediatamente para evitar que um problema leve se torne uma lesão de longa duração.
Fortalecimento e exercícios preventivos
É cada vez maior o consenso de que musculatura forte, trabalhada de modo adequado à idade, previne lesões e melhora o desempenho. Programas de fortalecimento, orientados por profissionais, estão comprovados como aliados na diminuição do risco, segundo estudo divulgado no Portal eduCapes. E não estou falando de exagero, mas sim de inclusão rotineira de exercícios como agachamentos, pranchas, saltos pliométricos, mobilizações do core e propriocepção.
Inclusive, atividades que desenvolvem equilíbrio e percepção corporal diminuem torções e quedas: simples, prático e possível até em treinos de times sem estrutura de ponta.
O papel do treinador e aspectos emocionais
Já vi muito treinador cobrar ao extremo, achando que pressão faz o atleta crescer. Mas, na base, respeito ao limite físico e diálogo são proteção para o grupo. O líder precisa saber parar, alternar cargas e, principalmente, escutar o que o próprio time relata no dia a dia. Recomendo sempre a leitura desse conteúdo sobre atitudes de sucesso para treinadores de futebol de base, do Placar18, pois mostra como a gestão humana reduz riscos e promove ambiente saudável.
Outro ponto que vale observar é o impacto emocional das lesões. O jovem afastado do grupo sente-se excluído, inseguro, o que pode atrapalhar tanto a reabilitação quanto o desenvolvimento esportivo. O acompanhamento, conversa aberta e apoio da família, como exemplificado em artigos focados nas famílias, completam o ciclo de proteção.
Gestão adequada e autossustentabilidade na base
Com o futebol de base cada vez mais profissional, clubes e escolas precisam investir em processos preventivos permanentes. Iniciativas focadas em gestão criativa e autossustentável, como compartilhei em textos sobre gestão criativa no futebol de base, são o caminho para garantir estrutura mínima, calendário equilibrado e apoio multidisciplinar, mesmo em clubes sem grandes recursos.
Prática segura: exemplos de exercícios do dia a dia
Nem sempre é fácil montar treinos seguros e eficientes sem referência. Para quem quer começar a aplicar faça o básico com qualidade:
- Aquecimento guiado, com ativação muscular e corridinhas leves
- Sequência de alongamentos ativos e passivos
- Exercícios de força (agachamento, saltos, prancha frontal)
- Trabalho de equilíbrio em bases instáveis
- Jogos reduzidos para treinamento funcional
Para mais inspirações, recomendo um conteúdo que gosto muito: 12 exercícios práticos para a base, já usado em treinamentos que acompanhei e que traz ótimos resultados.
Conclusão
Prevenir lesão no futebol de base não é apenas uma preocupação médica, é um compromisso de todos: treinadores, atletas, famílias, clubes e projetos como O Placar18, que oferece conteúdo confiável e soluções voltadas para quem quer construir carreiras longe do departamento médico. Pratique, observe, informe-se, converse. Busque sempre melhorar a rotina do seu time, focando no bem-estar e no desenvolvimento, porque, no fim, a vitória mais bonita é ver jovens saudáveis, treinando e jogando com alegria.
Quer saber mais sobre soluções para divulgar seu projeto ou conhecer ainda mais conteúdos sobre formação, prevenção e gestão no futebol de base? O Placar18 está de portas abertas para você. Entre em contato e faça parte de um movimento que valoriza juntos a formação e o talento seguro dos nossos jovens!
Perguntas frequentes sobre prevenção de lesões no futebol de base
O que é prevenção de lesões no futebol?
Prevenção de lesões no futebol envolve um conjunto de práticas e orientações para reduzir a ocorrência de traumas, contusões e desgastes físicos nos atletas. Isso inclui aquecimento adequado, alongamento, fortalecimento, descanso, alimentação equilibrada e acompanhamento de sinais de alerta.
Como evitar lesões em jogadores de base?
A melhor forma de evitar lesões é criar uma rotina disciplinada: respeitar os limites do corpo, jamais pular aquecimentos, realizar alongamentos, investir em fortalecimento muscular, manter hidratação e alimentação balanceadas, além de alternar intensidade nos treinos para prevenir sobrecarga.
Quais são os principais fatores de risco?
Entre os fatores de risco mais comuns estão excesso de treinos, ausência de recuperação, má alimentação, técnica inadequada, estrutura física ainda em desenvolvimento e falta de orientação profissional. Dados mostram que idade, frequência de prática e IMC também estão relacionados a mais riscos de lesão.
Que exercícios ajudam na prevenção de lesões?
Exercícios de fortalecimento (como agachamentos e pranchas), propriocepção (exercícios de equilíbrio), alongamentos ativos e passivos, aquecimento guiado e técnicas de progressão adaptada são os principais aliados. O programa FIFA 11+ é citado como modelo de eficiência em protocolos de aquecimento e prevenção.
Quais cuidados os treinadores devem ter?
O treinador deve respeitar limites físicos dos atletas, planejar treinamentos alternando intensidade e descansar, observar e dialogar sobre sintomas físicos e emocionais e buscar atualização constante sobre protocolos preventivos. O papel do treinador é cuidar tanto do rendimento quanto da saúde dos jovens jogadores.
Aquecimento é obrigatório, não formalidade
Sinais de alerta: o corpo fala antes de machucar