Campeão mundial, bicampeão da Copa América, líder das Eliminatórias e classificado com antecedência para a Copa do Mundo de 2026. O técnico Lionel Scaloni segue acumulando feitos no comando da Argentina, que nesta terça-feira (25) goleou o Brasil por 4 a 1, em Buenos Aires.
Entretanto, se hoje Scaloni é unanimidade entre os torcedores argentinos, em 2018, quando assumiu o cargo, o cenário não era exatamente de otimismo.
O então treinador interino da Argentina nunca havia comandado uma equipe. Seus únicos trabalhos no futebol profissional haviam sido como auxiliar, tanto em clubes quanto na seleção.
Na época, por exemplo, Scaloni tinha 40 anos de idade e menos experiência na gestão de grupos do que Filipe Luís, atual técnico do Flamengo e nome que, apesar de jovem (39) e ainda em início de carreira, ganha força diante da pressão sobre Dorival Júnior.
O comandante rubro-negro, que ao longo de 2024 treinou as equipes sub-17 e sub-20 do Flamengo, foi anunciado em setembro do ano passado na equipe principal. De lá para cá, são 27 jogos, com 19 vitórias, 7 empates e 1 derrota, além de três títulos conquistados (Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca).
Não são números muito diferentes dos que Lionel Scaloni tinha quando conquistou sua primeira taça com a Argentina, a Copa América de 2021. Antes da decisão no Maracanã, ele tinha 33 partidas no comando, com 19 vitórias, 10 empates e apenas 4 derrotas. Um trabalho relativamente curto, que terminou com o título continental.
Flamengo sendo comandado por Filipe Luís:
⚔ 27 jogos
🚥 19V-7E-1D (!)
📊 79.0% aproveitamento (!)
⚽ 48 gols (!)
🚫 14 gols sofridos (!)
🧤 17 jogos sem sofrer gols (63%!)
🏆 3 títulos (1 a cada 9 jogos!)🇧🇷👀 pic.twitter.com/S7w6oreRZu
— Sofascore Brasil (@SofascoreBR) March 26, 2025
Scaloni nunca tinha trabalhado como treinador
Membro da comissão técnica de Jorge Sampaoli no Sevilla, Scaloni acompanhou o treinador quando foram chamados pela AFA (Associação do Futebol Argentino) em 2017 para assumir a seleção. O objetivo era a Copa do Mundo de 2018.
A campanha da Albiceleste no Mundial da Rússia, porém, foi acidentada e terminou com eliminação diante da França nas oitavas de final.
Ao término da competição, com a demissão de Sampaoli, que nunca chegou a ter a confiança plena do grupo de atletas, Scaloni foi nomeado técnico interino.
Com a recusa de outros treinadores renomados, a AFA terminou por efetivar Scaloni no fim de 2018. Sob desconfiança da opinião pública, o ex-lateral, ainda que por linhas tortas, provou ser o nome certo para o cargo.
O técnico foi o responsável por tirar a Argentina de uma fila de 28 anos ao conquistar o título da Copa América de 2021, no Maracanã, contra a Seleção Brasileira. No caminho até a Copa do Mundo do Catar, a equipe ainda faturaria a Finalíssima ao vencer a Itália, em Wembley.
No Mundial, a maior glória do futebol argentino em mais de três décadas. Com o triunfo sobre a França, no Estádio Lusail, a Albiceleste se tornou tricampeã do mundo, fazendo com que Lionel Scaloni se juntasse a César Luis Menotti e Carlos Bilardo como os treinadores que levaram o país ao título.